Algumas pessoas me perguntaram por que iria fotografar os indígenas no Rio Grande do Sul. Não há uma resposta. Apenas segui meu instinto de fotógrafo. Se você parar para pensar, não faz nada. Fiquei, ao todo, seis dias fotografando e percorri 1.900 quilômetros.
Meu desejo era conhecer o processo que os povos tradicionais chamam de “retomada”, em que grupos indígenas se reúnem e regressam a territórios que, de acordo com eles, seriam ancestrais. Nos dias de hoje, toda terra tem dono. Por isso, as situações de conflito e segregação se tornaram inevitáveis.
Os Guarani Mbya vivem na região metropolitana de Porto Alegre e próximos ao litoral. Sempre evitaram o embate com povos que os ameaçavam. Com os europeus não foi diferente. Pacíficos, passaram séculos perambulando pelas estradas e vivendo nas periferias das cidades, se esquivando dos conflitos. Hoje, tentam se organizar e retomar as terras de seus antepassados.
Indo em direção ao centro do estado, às margens da