A obra breve e celebrada de "um livro e meio", as entrevistas raras durante os anos e a troca da literatura pelas atividades em uma fazenda no interior de São Paulo, sem alarde, criaram uma aura de mistério e curiosidade em torno de Raduan Nassar, que ele parece pouco interessado em esclarecer, aos 85 anos.
Raduan aceitou o pedido de entrevista da Folha, desde que fosse por email. Em uma conversa rápida por vídeo para falar do prazo para as respostas pediu que fosse chamado apenas de "você" e questionou: “Por que eu sou chamado de senhor, hein?”.
Quem convive com ele conhece o jeito avesso a formalidades e carteiradas. Nas respostas, dedicou-se mais às questões de política. “Prefiro falar de política e não de literatura”, diz.
Próximo a Lula, ele surpreendeu em 2016 ao discursar em público para defender a presidente Dilma Rousseff do processo de impeachment, publicou artigos e fez críticas ao então vice e depois sucessor da petista, Michel Temer.
Uma dessas críticas, dur