No dia 10 de setembro de 2001, Kimberly Rex sentou-se à esquerda do pai na hora do jantar, como de costume, e o observou tascar queijo ralado na sopa. Depois, também por hábito, assistiu com ele a "Jeopardy", um clássico programa de perguntas e respostas da TV americana.
“Ele sempre sabia muitas respostas e ficava animado quando acertava algo que o participante não conseguia”, lembra ela à Folha. Naquela noite, Kimberly tinha 19 anos e um pai com nariz pontudo, cabelo grisalho e respostas na ponta da língua. Na manhã seguinte, Vincent Litto não existia mais.
Ele era vice-presidente de uma empresa de serviços financeiros sediada no World Trade Center e que perdeu 658 funcionários, dois terços da equipe, nos ataques do 11 de Setembro. Mais importante para aquela jovem, ele era o homem que “sempre sabia a coisa certa a se dizer”.
Nos dias que se seguiram, Kimberly, hoje escritora em Nova York, testemunhou o avô paterno soluçar de tanto chorar ao descobrir que os restos do