Quando assumiu a Secretaria da Fazenda, no fim de maio, o economista Guilherme Mercês recebeu o alerta: a situação fiscal do estado se agravara a ponto de colocar em risco o pagamento de salários dos servidores já este mês, antes mesmo da primeira parcela do socorro federal aos estados.
Com um esforço em busca de solução que entrou pelo fim de semana, a situação foi contornada e os salários de maio estão garantidos. "Mas vamos caminhar sob o fio da navalha até setembro, que é quando nossas previsões indicam que não teremos mais condições, que entraremos no abismo fiscal", diz Mercês.
O termo refere-se a um cenário que demanda brutais cortes nos gastos públicos e aumentos de impostos para manter a máquina funcionando, sob o risco de que as medidas prejudiquem ainda mais o crescimento econômico nos meses seguintes.
Economista com mestrado e doutorado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mercês passou os últimos 12 anos analisando a situação fiscal de