Ao descrever a existência humana como imersão permanente na cultura, sem a qual o mundo careceria de sentido, abordamos uma condição que, de tão cotidiana, guarda certo mistério.
Uma imagem pode nos ajudar: a cultura como uma espécie de texto escrito coletivamente, movido por continuidades e rupturas, oscilando entre capítulos de pertencimento e golpes de inventividade. Nesse contexto, as pessoas que assumem o papel de mestres são precisamente aquelas que impulsionam o texto a continuar sua narrativa histórica.
O Brasil perde, com a despedida de Alfredo Bosi nesta quarta (7), vítima de Covid-19, um de seus mais notáveis professores. Profundo conhecedor da literatura brasileira, ajudou a consolidar por aqui uma tradição de pensadores cuja perspicácia de análise formal caminha "pari passu", isto é, a passo igual, com a sagaz leitura do mundo político e social.
O contexto nacional, no qual a educação vê-se constantemente obrigada a reafirmar sua relevância —fato que jul