Três moças ao lado de seres folclóricos do Maranhão —bichos parte lobo, homem e tamanduá— encaram os visitantes que adentram o Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.
A exuberância das cores nas telas de Gê Viana dá uma ideia do sertão que inspirou o projeto, muito diferente daquele do atraso, da seca e da fome cravado no imaginário.
Na visão de Júlia Rebouças, à frente desta 36ª edição da mostra, o sertão é “uma epistemologia”, um modo de pensar e de agir que associa coletividade e invenção para fazer frente à precariedade e ao domínio dos centros urbanos. E está descolado do Nordeste.
“É importante olhar para ali porque é um lugar que sempre foi colocado à margem, vinculado à pobreza, à infertilidade. Mas o conceito escapa disso”, explica, acrescentando que, no dicionário, o sertão é definido como local agreste, distante das cidades e das zonas agrícolas.
Não é a primeira mostra do ano a propor essa rev