Em meio à sua maior crise das últimas décadas, o cinema brasileiro ganhou em Alexandre Frota um improvável interlocutor com o governo. O deputado federal, que na campanha eleitoral bradou contra “mamatas”, “panelinhas” e “cartas marcadas” do meio cultural, é quem toma as dores do setor, temeroso diante de uma eventual paralisia da Ancine, agência que fomenta e fiscaliza a área.
“Não tenho interesse nenhum em diretor, produtor, produtora, em ser ator… Já deixei de ser artista há muito tempo”, diz o político neófito à Folha. “Ninguém é bobo. Não se trata da esquerda ou da direita. Aqui se trata de nós passarmos a cultura a limpo.”
Gestores e cineastas ouvidos pela reportagem afirmam que Frota faz declarações exageradas e virulentas, que não tem conhecimentos específicos sobre a área, mas que é o único que tem os ouvidos de Jair Bolsonaro, presidente que extinguiu o Ministério da Cultura, propôs teto a projetos da Lei Rouanet e nunca mostrou