É comum que as pessoas me perguntem, numa mistura de perplexidade, divertimento e (suspeito) certa raiva, por que um sujeito religioso como eu resolveu vestir o manto de defensor de Darwin, ou para ser mais exato, da teoria da evolução (que nasceu com Darwin, é claro, mas se tornou muito mais complexa e sólida do que a visão original do naturalista britânico).
Tem gente que acha que se trata de mero sintoma de confusão mental (“Se você realmente entendesse as implicações do que está falando, deixaria de ser religioso ou pararia de louvar Darwin”, diz esse povo).
Há os que apostam num ato deliberado de insinceridade, um teatrinho pessoal muito útil para convencer os incautos a aceitar ideias malignas de um dos dois lados da questão. Nessa vertente, já me chamaram de “ateu do bico doce” e “criacionista disfarçado” no espaço de poucos dias. Enfim, o ser humano é um bicho horroroso, especialmente quando criado solto na internet, mas isso você já sabia, cer