“Você não pode comparar Dorival Caymmi a nada do que está aí”, diz o violonista e compositor paulistano Eduardo Gudin, 69. Ele faz um paralelo entre a música brasileira do século 20 e a atual. “Se disser que Caymmi é melhor que não sei o quê, falam que você é um retrógrado, reacionário, tem medo do novo. É uma evidência [que é melhor], mas não pode nem discutir.”
“Então você é obrigado a achar que um MC qualquer é igual a Ernesto Nazaré. A Pixinguinha. A Ary Barroso. A Noel Rosa. A Chico Buarque. A Tom Jobim. Não é! É óbvio que não é. Mas você não pode falar. Então todo mundo tem medo de entrar nessa discussão”, diz ele.
Autor de cerca de 250 músicas e parceiro de nomes como Paulinho da Viola, Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini, Gudin contempla o fim de tarde sentado à sombra de uma árvore na praça Pôr do Sol, na zona oeste de São Paulo. A terça (21) está ensolarada, a temperatura está amena e os cabelos brancos do músico se mexem p