Descobri, recentemente, ser descendente de judeus sefarditas, originários da península Ibérica. Minha árvore genealógica alcança um personagem nascido no sul de Portugal e que passaria a viver em São Paulo, ainda no século 16.
Em 1628, depois de admitir ao inquisidor Luís Pires da Veiga ter proferido afirmações ofensivas à virgindade de Maria, ele confessa a jesuítas ser cristão-novo.
Não há notícia de punição pelo pecado cometido contra a mãe (virgem) de Jesus. Era, aparentemente, detentor de algum poder nos sertões paulistas, mas, por conta do episódio, registrado em caderno do Santo Ofício, é mencionado aqui e ali como bandeirante blasfemo.
O que mais intriga é a mutilação ideológica e espiritual.
Pessoas educadas no judaísmo são batizadas à força como cristãos-novos, sob pena de morte. Parte de seus descendentes abandona Portugal ou segue as tradições religiosas como criptojudeus, mas muitos, intimidados pela ameaça real da fogueira e de tantos casti