Minha irmã é pediatra no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e me contou que uma história boa surgiria por lá. Ela havia sido convidada para integrar a equipe médica responsável por separar duas crianças que haviam nascido unidas pela cabeça, algo inédito no Brasil.
Foi muito difícil no começo: a mãe não queria dar entrevista e de jeito nenhum queria que fotografássemos as crianças. Ela tinha muito medo de como as pessoas reagiriam.
Resolvi ficar mais dois dias em Ribeirão e acabei convencendo-os a me deixar fotografar as meninas.
O tempo todo minha preocupação era retratá-las como crianças, como quaisquer outras. Então, sempre brincava com elas durante a foto, para mostrá-las rindo e brincando. Queria quebrar a imagem de aberração que as pessoas têm sobre esses casos.
Depois, fui para Aquiraz (CE), onde eles moravam. Era uma família simples, mas não pobre. Moravam em um bairro com ruas de terra e perto da praia. Aliás, essa era a maior agon