Emerson de Oliveira Souza, 45, é um dos únicos professores indígenas da rede estadual de São Paulo a dar aulas em um colégio regular, na periferia da capital. De etnia guarani, cientista social, escritor e mestrando em antropologia pela USP, ele defende novas maneiras, mais modernas e representativas, de celebrar o índio na escola.
De acordo com o professor, a maior parte dos colégios segue tratando a questão indígena da mesma maneira como ele aprendeu há décadas, seguindo um modelo romantizado, do índio morador da floresta, pelado e que se pinta de tinta a guache, com uma peninha na cabeça.
“Temos 305 etnias indígenas no Brasil. São 305 povos, totalmente desconhecidos, a serem apresentados aos alunos. Temos a literatura, a mitologia, a história de criação, o grafismo, as 274 línguas. A escola precisa passar a ter uma metodologia com mais sintonia com a realidade do povo índio hoje, que luta para existir no país que ele mesmo construiu”, afirma Emerson.
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