Mais de 2.000 km após a sua nascente, o rio São Francisco se aproxima da elevação da chapada do Araripe, que se entende do Ceará a Pernambuco. Diante do obstáculo, o rio forma uma baía, faz uma curva à direita e, nesse sentido, margeia Bahia, Sergipe e Alagoas até se encontrar com o mar.
Assim, o rio conhecido como o da integração nacional deixa de percorrer o semiárido, área de forte desigualdade social e baixos índices de desenvolvimento humano.
É nessa região, no município de São José de Piranhas (PB), onde as árvores da caatinga são muito secas e a terra levanta uma nuvem de poeira a cada veículo que passa, que mora o agricultor Francisco dos Santos, 33.
Com uma cisterna em casa, abastecida a cada 20 dias, ele espera que a obra de transposição do São Francisco alivie a seca que o obriga a ir ao Maranhão e ao Pará em busca de empregos temporários.
Ele conta que gostaria de usar a água do São Francisco, cujo leito passa a 180 km dali, para plantar tomate,