Muitas pessoas de quem sou amigo são a favor. Pessoas cuja opinião me habituei a estimar e a considerar defendem com vigor a eutanásia ativa. Eu tenho dúvidas. Muitas dúvidas. E embora procure discernir em cada argumento o que de bem fundado tem, estranho o enviesamento que deteto em alguns. Ponhamos de lado a eutanásia passiva (por exemplo, recusando prolongar indefinidamente a vida dos que estão “ligados à máquina” em estado vegetativo prolongado) ausente do atual debate. Concentremo-nos no que interessa. E o que interessa é terrivelmente complexo. Sei que não domino todos os aspetos envolvidos. O que não me impede de pensar sobre a questão.
Não, não creio que a pedra de toque deste assunto seja o respeito (ou o desrespeito) pela liberdade individual do sofredor. O que está primordialmente em causa é que resposta damos (enquanto sociedade organizada) ao que nos é pedido por aquele que sofre tão violentamente que apenas deseja morrer. Não se trata de aceitar, tr