Portugal está à beira de aprovar uma legislação sobre a morte medicamente assistida, vulgarmente conhecida por eutanásia (que ganhou mau nome apesar de ser uma bela palavra: boa morte). Seja qual for a solução que o Parlamento aprove, podemos dizer já que se trata de legislação obsoleta, com soluções de duvidosa capacidade de respeitar o que verdadeiramente se trata quando se pensa em eutanásia (desde logo pelo escopo da legislação proposta).
Quem queira conhecer o que o Parlamento português fez nesta matéria poderá encontrar alguns dossiers muito pouco interessantes ou mesmo relevantes, bem como um sem fim de debates fundados em pensamento médico e jurídico. Mesmo o conceito de autonomia, normalmente considerado fundamental na discussão do tema, decorre, nessas discussões, ou da constituição ou do pensamento médico.
Somos levados a pensar que a última palavra sobre a nossa vida é do Estado: constituição, lei e medicina versus o doente (porquê doente?).