“O Raul era um paradoxo ambulante. Você vai encontrar contradições na obra dele, mas nunca vai achar uma submissão à autoridade. Ele não suportava limitação de liberdade de expressão em nenhum sentido”, diz o jornalista e escritor Jotabê Medeiros, biógrafo de Raul Santos Seixas, um dos personagens cruciais da cultura brasileira dos últimos 50 anos.
Convidado do projeto “Sempre um Papo”, Jotabê lança em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (28), “Raul Seixas – Não Diga Que a Canção Está Perdida”, livro que custou a ele um ano e meio de uma profunda e meticulosa pesquisa, e pinta um retrato à altura da importância do cantor e compositor baiano. “Como poucos, Raul entendia a alma nacional e falava com muita propriedade a língua do povo”, comenta Jotabê.
O registro perpassa a vida de Raul. Está tudo ali: a infância e a adolescência do arquétipo de Elvis e Little Richard na Salvador do início dos ano 60, a busca pelo sucesso, a não muito conhecida