Conjecturas sobre o caso Evergrande – Opinião – CartaCapital
Conjecturas? Poderia indagar, perplexo, o leitor. A perplexidade seria compreensível. Os economistas gostam de se apresentar com fiéis aos fatos e, mais ainda, aos hard facts. Ah, leitor, mas um dos segredos mais bem guardados da nossa profissão é que não dispomos quase nunca, para não dizer nunca, de hard facts.
Pode-se até mesmo duvidar se há algo que se possa apresentar como “fatos”, sem aspas. O fato é que “não há fatos, só interpretações”, como dizia Nietzsche. Em geral, mas particularmente no campo da economia. Todos os nossos fatos, especialmente os soft facts, estão contaminados por perspectivas, valores, conjecturas. Sem querer complicar desnecessariamente, o único fato é que não existem fatos – e mesmo esse fato pode ser questionado. E o economista, em particular, está sempre discorrendo sobre temas que ele não domina verdadeiramente.
Bem, isso a título de simples introdução. O meu tema hoje é a China e, dentro dela, o rumoroso caso Evergrande
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