O país da vergonha | VEJA
A imagem causou algum impacto. Um homem ainda jovem, Luis Vander, agachado, catando um resto de carne, no caminhão. “Vai aí e pega uma pelanquinha”, diz ele, “salga e manda pra casa.” Luis é morador de rua na Glória, pedaço do Rio que cansei de cruzar quando trabalhava ali perto, na Cinelândia. Vez por outra encontrava pessoas morando na rua, como quase todo mundo encontra nas grandes cidades brasileiras. É o país da vergonha, com o qual já nos acostumamos. Marcelo Neri, da FGV, contabiliza 13% da população vivendo abaixo da linha de miséria. Para quem alimentou a expectativa, uma ou duas décadas atrás, de que eliminaríamos a miséria e daríamos um “salto civilizatório”, não deixa de ser um soco na cara.
A pobreza é um tema que muita gente evita, me disse um colega, porque acentua uma sensação de impotência sobre o país. A miséria caiu de 20%, no início dos anos 1990, para algo próximo a 6%, em 2014, e muita gente acreditou q
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