'Sem futuro', jornaleiro mais antigo de SP se despede da profissão - 17/06/2021
"Oi, sumido!". Não demora para Salvador ser reconhecido naquela banca de revistas. Ele cumprimenta o cliente com um soquinho de mão e ri por trás da máscara. "Opa! Sumido nada, tô aqui". São 9h de uma terça-feira nublada e úmida de garoa tipicamente paulistana. Durante toda a manhã, a cena se repetiria muitas vezes, como se aquele senhor baixinho, com olhar expressivo e leve sotaque português fosse uma espécie de celebridade.
Para quem mora e trabalha há anos na região central de São Paulo e passa todo dia pelo viaduto Nove de Julho, altura do número 185, Salvador Neves é, de fato, um personagem ilustre. Cris, morador de rua da região, é um dos que param em frente à banca ao avistar a cabeça calva com curtos fios brancos na lateral. "Não tem quem não o conheça por aqui. Seu Salvador é o queridão de todo mundo."
As reações afetuosas tinham uma razão especial para existirem naquele dia. O jornaleiro havia desaparecido da banca desde aquela semana de março de 2020
Como fazer
O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda.
(Salmos 28:7)
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