A poesia - Tribuna do Norte
Alex Medeiros
Rafael Pombo
(Colômbia, 1833-1912)
Vício divino, que os grosseiros vícios
Me fizeste desprezar,
E as mil vaidades e artifícios
Do tráfico vulgar;
Sacro elixir que ao coração e à alma
Dás juventude sem fim,
E entre abrolhos e lodo, etérea calma
E asas de serafim,
Com que voltgar ao ar primitivo,
Ao gosto inicial
E juízo puro, e ao inteiro ativo
Ser todo pessoal.
Livre do jugo de mil anos, e de homens,
E de hábito e refrão,
Para chamar as coisas por seus nomes
Outra vez, como Adão;
Assinalar o leito do direito,
E por sobre o saber
E modo e lei do homem, sempre estreito.
Os do Supremo Ser.
E assim do ir à sua fonte arcana
E do ato ao motor
E adiantando-se à marcha humana
Servir de gastador.
Ou revoar por quantas coisas belas
Fez Deus por querer
E a alma ufana oferecendo nelas
Viver, sentir, crer.
Gênio de amor inesgotável, ardente,
Eterno, universal,
Que o passado e futuro fazes presente,
E real ao ideal;
E a um homem só, humanidade inteira,
Com cujo coração
Toda ela luta, e crê, ama, e e
Como fazer
O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda.
(Salmos 28:7)
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