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As noites frias e os dias ensolarados do Sul de Minas Gerais tornaram a tradicional região cafeeira o ambiente perfeito para a criação de vinícolas. Além de produtos premiados internacionalmente, esse tipo de negócio tem fomentado o turismo na região, atraindo amantes do vinho, que chegam de todo o Brasil.

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As cidades de Três Pontas, Andradas, São Gonçalo do Sapucaí e Caldas são alguns dos destinos mais populares do enoturismo. Por lá, inclusive, foi desenvolvida a tecnologia de dupla poda, responsável pela produção dos vinhos mineiros.

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Essa técnica foi criada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), no “Programa Estadual de Vitivinicultura”, coordenado pelo agrônomo Murillo Regina. O método consiste em deslocar o ciclo da uva do verão para o inverno, para evitar problemas com as chuvas e calor intenso.

Com duas podas ao longo do ano, os frutos maturam no fim da temporada úmida e podem ser colhidos entre junho e julho. O resultado são uvas que se tornam vinhos de extrema qualidade e que vêm sendo premiados mundialmente.

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O “terroir” do Sul de Minas, termo francês usado para características específicas referentes à geografia, à geologia e ao clima de um lugar, também acabou tornando a região propícia para o plantio de uvas. Para o enólogo gaúcho Thiago Sfreddo Hunoff, que trabalha na vinícola Alma Gerais, “o diferencial do vinho de Minas Gerais é a inovação”.

“A inovação é o principal mote e direcionamento das vinícolas que estão sendo instaladas na região. A forma de se produzir a uva, o manejo também é totalmente diferenciado, com duas podas e uma colheita só durante o período de inverno”, disse ele, ao BHAZ.

Confira abaixo algumas das principais vinícolas da região para conhecer, aprender sobre a técnica da dupla poda e se deliciar com vinhos originalmente mineiros.

Maria Maria

A Vinícola Maria Maria é uma das mais reconhecidas da região, com conquistas em diversos concursos internacionais, principalmente por seu Sauvignon Blanc, Syrah, Espumante, Rosé e Cabernet Sauvignon.

A produção começou quando o fundador, Eduardo Junqueira, sofreu um ataque cardíaco e teve a recomendação de tomar uma taça de vinho por dia ao invés de cerveja. Ele então teve a ideia de criar os próprios rótulos em sua Fazenda Capetinga.

Ao BHAZ, o filho de Eduardo contou que nome da vinícola, Maria Maria, veio da amizade do pai com o músico Milton Nascimento, autor da canção de mesmo nome.

“Quando meu pai foi fazer o colegial em BH, eles eram vizinhos de prédios. Eles ficaram muito amigos, toda vez que o Milton vinha em Três Pontas ele visitava nossa fazenda”, relembra Eduardo Nogueira Neto.

“Quando começamos o processo dos vinhos, ele [Milton Nascimento] viu as mudinhas e disse que meu pai estava ‘doido’, disse que não ia da certo, meu pai disse que ia dar tão certo que o nome ia ser Maria Maria em homenagem a ele”, contou.

A vinícola recebe turistas de todo o estado (Larissa Reis/BHAZ)

Endereço: BR 369, km 04 – Boa Esperança

Como chegar saindo de BH: O motorista vai seguir sentido Sul de Minas pela BR-381 e pegar a saída 693 em direção ao município de Nepomuceno. Em seguida, vai virar a direita na BR-265 até o trevo da Boa Vista. Lá, o condutor terá que virar à direita para entrar na BR-369 e virar à esquerda para a estrada que dá acesso à vinícola.

Preços: As visitas no Maria Maria custam R$ 300 e duram cerca de 3 horas.

Contato: Para agendar, basta entrar em contato pelo telefone (35) 98405-1533, WhatsApp (35) 3265-3744 ou e-mail [email protected].

Bárbara Eliodora

A Vinícola Barbara Eliodora foi fundada em 2015, em São Gonçalo do Sapucaí, e foi a pioneira no plantio das uvas Vitis Vinifera. O manejo das videiras também é feito com poda dupla, em um plantio que aproveita o melhor da transição entre os biomas da Mata Atlântica e o Cerrado.

O nome da marca homenageia a importante inconfidente e poetisa mineira homônima, que fez história no século XIX. Neste ano, o vinho Barbara Eliodora Syrah conquistou 94 pontos e foi eleito o melhor do Brasil pela Decanter World Wine Awards, uma das mais prestigiadas publicações do ramo.

Vinho da Bárbara Eliodora foi eleito o melhor do país (Larissa Reis/BHAZ)

Endereço: Rodovia BR-381, km 788 – Norte CX Postal 26, São Gonçalo do Sapucaí – MG

Como chegar saindo de BH: O motorista vai seguir sentido Sul de Minas pela BR-381 e fazer o retorno ao chegar no município de São Gonçalo do Sapucaí, entrando, assim, na MG-460 até a estrada que dá acesso à vinícola.

Preços: As visitas no local, com direito a degustação harmonizada, custam R$ 199. Futuramente, também será possível agendar casamentos e outras cerimônias na vinícola.

Contato: (35) 3652-1759 e [email protected].

Casa Geraldo

A Casa Geraldo, que é referência para as vinícolas mineiras, tem mais de 50 anos. A história começou quando o descendente de italianos Geraldo Marcon começou a cultivar uvas para produção de vinhos na região de Andradas.

A princípio, a família trazia uvas do Rio Grande do Sul e vendia a produção a granel para vinícolas paulistas. A produção de vinhos de uvas mineiras só começou em 2012, com o início da técnica da dupla poda. A partir de então, a família começou a investir em novos vinhedos e técnicas de produção para refinar cada vez mais os rótulos e o terroir.

“O auge da Casa Geraldo veio no pós-pandemia. Depois que as fronteiras internacionais fecharam, o pessoal que tava acostumado a viajar para a Europa ou América do Sul para visitar vinícolas não tinha essa opção. Então começaram a descobrir as vinícolas daqui”, explicou o enólogo Luciano Vilela ao BHAZ.

A vinícola também esteve presente entre os melhores vinhos do Brasil na lista da Decanter World Wine Awards, com os rótulos Gran Reserva Colheita De Inverno Cabernet Franc, Colheita De Inverno Gran Reserva Syrah e Colheita De Inverno Gran Reserva Viognier.

Casa Geraldo é a vinícola mais antiga de Minas Gerais (Larissa Reis/BHAZ)

Endereço: Fazenda São Geraldo – Andradas, Minas Gerais

Como chegar saindo de BH: O motorista vai seguir sentido Sul de Minas pela BR-381 até o município de Pouso Alegre, quando deverá entrar na BR-459. Ele seguirá na rodovia até a cidade de Santa Rita de Caldas, quando deverá entrar na MG-455 e seguir até o município de Andradas.

Preços: Variam de R$ 80 a R$ 800, a depender o tipo de experiência.

Contato: As reservas devem ser feitas pelo WhatsApp (35) 99952-7967.

Alma Gerais

O Sul de Minas Gerais foi o cenário escolhido para um projeto inovador no universo dos vinhos. Os empresários e irmãos Antônio Alberto Júnior e Alessandro Rios investiram cerca de R$ 140 milhões na Almas Gerais, projeto que permite aos sócios terem a experiência de um dono de vinícola.

O objetivo é que o complexo proporcione a amantes de vinhos a oportunidade de terem rótulos exclusivos, uma adega própria, fazerem o próprio blend, além da própria casa ao lado do vinhedo, entre outras experiências.

A Vinícola Alma Gerais está localizada dentro de um condomínio residencial em Bom Sucesso, no Sul de Minas. Por lá, são produzidos diversos rótulos próprios, com destaque especial para os três de Sauvignon Blanc, elaborados de três maneiras diferentes. O espaço será aberto para visitações a partir de 6 de julho.

Os irmãos Antônio Alberto Júnior e Alessandro Rios investiram cerca de R$ 140 milhões na Almas Gerais (Larissa Reis/BHAZ)

Endereço: Rod. Agnesio Carvalho de Souza, KM 73 – Condomínio Vivert Reserva da Mata, Bom Sucesso

Como chegar saindo de BH: O motorista vai seguir sentido Sul de Minas pela BR-381 até o município de Santo Antônio do Amparo. Em seguida, vai pegar a MG-332 e entrar na MG-335 ao chegar à cidade de Bom Sucesso. Chegando no Trevo do Macaia, o motorista deve virar a direita para acessar o condomínio.

Preços: Visitação e degustação de quatro vinhos custa R$ 190.

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