Aluízio Alves e Augusto Severo
Agnelo Alves
jornalista
Inaugurei, sem querer querendo, como diria o Chaves, um personagem realmente engraçado de nossa televisão, o novo aeroporto. Antecipei-me à presidenta Dilma que ontem era esperada para solenizar a inauguração de fato. Veio? Não creio.
Com saúde não se brinca. De dois em dois meses, estou indo à capital paulista, hoje capital do caos nacional, tirar a prova dos nove fora de um tratamento que tanto tem de curativo como tem de corrosivo no geral do corpo da gente. O meu caso, por exemplo.
Pensei, fiquei só no pensamento, associar a oportunidade de assistir ao que foi anunciado como devendo ser o último treino da Seleção de Felipão antes da Copa. Mudei de ideia. São Paulo está realmente um caos completo. Fiquei no hospital vendo o jogo pela televisão tirando algumas piabas no sono. Que coisa ruim o jogo que foi vendido como sendo apenas um treino. Terminou não sendo treino.
Da pesca de piaba para o sono realmente pesado foi uma consequência inevitável. Acordei no súbito, escapando de um pesadelo. Ainda bem que não fui ao estádio Morumbi. Ou não teria vencido o caos para chegar lá, ou não teria vencido o caos para voltar ao hotel. E aí já se viu, né? Não estabeleço, entretanto, nenhum juízo de valor sobre a Seleção do Felipão. Vamos ter uma Copa Europeia. Os nossos jogadores jogam na Europa, exceção do autor do gol, o Fred, que joga no Fluminense, do Rio de Janeiro, time que parece que esteve com um pé na segunda divisão.
Voltando à inauguração do novo aeroporto de Natal, tivemos uma coincidência incrível, fantástica, extraordinária. Ela aconteceu enquanto os maiores e mais poderosos líderes mundiais festejavam os 70 anos do “Dia D” – o começo da derrubada do Nazismo no mundo –, onde o desembarque na Normandia foi realmente tornado possível graças a Parnamirim. Simplesmente, sem Parnamirim, não teria havido o desembarque na Normandia. Uma audaciosa afirmação? De jeito nenhum. Vivi aquela época.
Estão fechando o aeroporto Augusto Severo, símbolo civil da base Aérea de Natal construída pelos americanos em Parnamirim, sem choro nem vela nem fita amarela, em um desprezo total pela história. Câmara Cascudo deve ter tremido no túmulo.
Tudo seria possível. Esquecimento até. Mas não da maneira como está ocorrendo. Peço socorro a Vicente Serejo para não deixar essa ignomínia acontecer à toa. Uma bandeira política, eleitoral, para uns, um fato desprezível decorrente da Copa do Mundo, para outros. Antecipamos duzentos anos – dois séculos – quem sabe? Mas aí, tenho certeza, caberiam os dois, o histórico aeroporto Augusto Severo ampliado, e o Aeroporto Aluízio Alves, em São Gonçalo, também. Apenas diríamos à presidenta Dilma, uma presidenta pioneira, que não cometa o que considero uma felonia com Parnamirim e, sobretudo, com a nossa história. A própria mudança poderia ser feita sem atropelos da noite para o dia. Atropelos que estão aí ditados mais pela pressa política de uma campanha eleitoral do que através de um ato seguro, planejado, diferente de como está sendo feito.
Bem-vinda a presidenta Dilma, se é que veio. O Rio Grande do Norte agradece pelo Aeroporto Aluízio Alves, mas clama pela preservação histórica de Parnamirim no seu símbolo civil, o Aeroporto Augusto Severo.
Há lugar para os dois, o histórico, que permitiu o desembarque na Normandia e assegurou a vitória na Segunda Guerra Mundial, e o novo, como consequência inevitável do moderno.
Pesquisa RN
Que bom que houve a anunciada divulgação da primeira pesquisa eleitoral na campanha que já começou no Rio Grande do Norte. Escrevo antes de conhecer seus números e percentuais. Lamento. Mas haverá tempo.
Pesquisa não perdoa
Pesquisa honesta não perdoa. A Consult é acreditada. A Rádio 96 FM, que a contratou, idem. Quero ler detidamente. Quinta-feira próxima opinarei, certamente. Sem palpite nem, tampouco, “adivinhão”.
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(Hebreus 11:6)
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