Repórter
Foto: Divulgação ValeMinas Gerais está no centro das atenções do comércio exterior brasileiro. Um novo estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) revela 5.642 oportunidades de exportação em 122 setores e 309 produtos ligados à economia mineira — que vão de commodities tradicionais, como café e minério de ferro, a bens industriais e tecnológicos com alto potencial de diversificação.
O levantamento “Oportunidades de Exportação e Investimentos – Minas Gerais” posiciona o Estado como um dos principais polos nacionais de atração de capital estrangeiro. Entre 2019 e 2024, Minas registrou US$ 3,9 bilhões em novos investimentos, com destaque para os setores de serviços públicos, máquinas industriais, química, petróleo, borracha e plástico.
Estados Unidos, Espanha, Itália, Alemanha e Coreia do Sul aparecem como os principais países investidores, enquanto novas oportunidades se abrem nos setores de construção, transporte e armazenamento, agricultura, comércio atacadista, metalurgia, têxtil e vestuário.
“A experiência recente de Minas Gerais mostra uma pauta exportadora ainda muito concentrada. Quase metade das vendas externas em 2024 esteve concentrada em apenas dois produtos — minério de ferro e café —, e mais de um terço do total teve a China como destino principal. Esse padrão sugere que o Estado permanece vulnerável a choques de demanda ou a medidas protecionistas de parceiros estratégicos”, ressalta o professor de Relações Internacionais do Uni-BH e Una, Fernando Sette Júnior.
“Um nível saudável de diversificação, portanto, deve buscar não apenas uma dispersão geográfica maior, mas também uma heterogeneidade setorial que reduza a correlação entre os ciclos das principais commodities exportadas”, explica Sette Júnior.
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Exportações em expansão
Com US$ 42,1 bilhões em exportações em 2024, Minas Gerais é o terceiro maior exportador do Brasil e do Sudeste. O estudo mostra que o Estado mantém protagonismo em produtos tradicionais — como café não torrado, minério de ferro, ouro, soja, açúcar e carne bovina —, mas também possui grande espaço para diversificação, com 5.642 oportunidades de inserção em 200 mercados internacionais.
“O café, especificamente, é um setor que apresenta facilidade para essa diversificação, pois, apesar de os EUA serem o principal destino do produto brasileiro/mineiro, já existem outros mercados compradores, como Alemanha, Itália e Japão, que têm participação na nossa pauta de volume importado bem próxima à dos EUA”, observa a analista do Centro Internacional de Negócios da Fiemg, Verônica Winter.
Foto: Reprodução Adobe StockEntre os setores mais promissores estão barras de ferro e aço, tubos metálicos, motores de pistão, celulose, peças automotivas, instrumentos de medição e controle, materiais de borracha, aparelhos elétricos e equipamentos de telecomunicações.
A Apex Brasil destaca que Minas tem condições ideais para ampliar sua presença internacional, combinando estrutura produtiva diversificada, tradição exportadora e localização estratégica, além de um ecossistema industrial consolidado em cidades como Belo Horizonte, Contagem, Uberlândia e Betim.
Indústria de Minas busca valor agregado
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) reforça que a diversificação é essencial para reduzir a dependência de commodities e ampliar a resiliência da economia estadual. Segundo Verônica Winter, “é preciso incentivar a exportação de produtos de maior valor agregado e fortalecer cadeias industriais que já têm base local, mas pouca inserção internacional”.
Ela cita segmentos como estruturas metálicas, artefatos de cimento e gesso, artigos de couro, têxteis e malharias, que têm alta capacidade de geração de emprego e renda, mas ainda exportam pouco.
“A Fiemg entende que é necessário incentivar a qualificação das empresas em termos de preparação técnica para atuar no comércio exterior, além de defender políticas que desburocratizem o setor e facilitem financiamentos à exportação e à inovação, reforçando também a importância de investimentos em infraestrutura logística que facilitem a exportação e tornem as indústrias mais competitivas no cenário internacional”, detalha Winter.
Em parceria com a ApexBrasil, a Fiemg conduz ações como missões internacionais, rodadas de negócios e o programa Peiex, que ajuda pequenas e médias empresas a se qualificarem para o comércio exterior.
Diversificação como proteção econômica
Especialistas reforçam que a pauta exportadora mineira segue concentrada — metade das vendas externas ainda se apoia em minério de ferro e café, tendo a China como destino de mais de um terço das exportações.
“A pauta estadual concentrada em commodities tende a aumentar vulnerabilidades a ciclos de preços internacionais e a barreiras comerciais. Por exemplo, nos anos mais recentes, as exportações de Minas Gerais têm sido prejudicadas pela desaceleração da economia chinesa e, consequentemente, pela queda no volume e nos preços do minério de ferro exportado”, analisa Verônica Winter.
Foto: Kalyakan / Adobe StockSette Júnior defende a criação de um fundo anticíclico estadual, alimentado por royalties e receitas do ICMS sobre commodities, que permita ao governo acumular recursos em períodos de alta e utilizá-los para estabilizar investimentos e despesas públicas quando os preços internacionais caírem. “É uma ferramenta clássica para garantir previsibilidade fiscal e reduzir a dependência de ciclos de bonança e crise”, explica.
O professor também destaca que a diversificação produtiva é uma das formas mais eficazes de amortecer crises externas. Ao investir em produtos de maior valor agregado, como alimentos processados, celulose industrial e ligas metálicas, o Estado reduz a sensibilidade das receitas às flutuações das commodities. “Esses produtos têm demanda mais estável e preços menos cíclicos, funcionando como amortecedores naturais da economia”, diz.
Caminhos para o futuro da exportação em Minas
OO estudo também aponta que Minas pode se beneficiar do avanço em sustentabilidade e inovação — temas centrais para atrair investidores e atender às novas exigências de mercados internacionais, especialmente na União Europeia e na Ásia.
“Minas precisa combinar prudência fiscal, inovação produtiva e qualificação de mão de obra para enfrentar o novo cenário global com estabilidade e competitividade”, reforça Sette Júnior.
A coordenação entre governo, indústria e entidades de fomento é vista como fundamental para que o Estado converta diagnósticos em resultados concretos. “Minas tem uma base sólida. O desafio agora é transformar oportunidades em negócios reais, ampliando o número de empresas exportadoras e diversificando produtos e destinos”, conclui Verônica Winter.
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Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração; porque já a vinda do Senhor está próxima.
(Tiago 5:8)
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