Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do PovoAposta de TarcísioCom biometano, interior de SP entra na corrida do “pré-sal caipira” Para o governador Tarcísio de Freitas, a cana-de-açúcar tem potencial para ser o "pré-sal caipira" (Foto: Maria Goreti Braga/Embrapa)

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O município de Presidente Prudente (SP) iniciou neste mês as obras para distribuir gás biometano em sua área urbana. Produzido pela purificação do biogás, que é gerado na decomposição de matéria orgânica, o biometano tem propriedades semelhantes às do gás natural, permitindo seu uso em diversas aplicações.

Com a iniciativa, o município se torna o primeiro do Brasil a adotar essa fonte renovável em larga escala para abastecimento urbano. O projeto está diretamente alinhado à meta ambiciosa do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos): transformar o consumo de combustíveis em São Paulo.

Conduzido pela empresa Nécta Gás Natural, o investimento no projeto será de R$ 12 milhões e prevê a construção de um gasoduto de 40 quilômetros, com capacidade para atender cerca de 5 mil residências e 58 estabelecimentos do município. 

O biometano que abastecerá Presidente Prudente virá da Usina Cocal, localizada em Narandiba (SP). Produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, o combustível já abastece a frota da usina e é comercializado para indústrias e empresas interessadas em reduzir suas emissões. 

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A aposta de Tarcísio no biometano 

Em maio, Tarcísio anunciou a meta de tornar São Paulo o primeiro estado brasileiro a “substituir completamente” o diesel por combustíveis renováveis, tendo o agronegócio como principal motor dessa transição. “A transição energética nasce aqui. A gente tem uma fortaleza que é a cana-de-açúcar”, afirmou o governador durante evento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, referindo-se à posição de liderança de São Paulo na produção de cana.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2024/25 São Paulo respondeu por 52,2% da produção nacional de cana-de-açúcar, totalizando 353,5 milhões de toneladas. “São Paulo já socorreu o Brasil na década de 70 com o Proálcool, no momento das crises do petróleo, e vai socorrer de novo”, disse Tarcísio.

Um estudo divulgado em outubro de 2024 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com secretarias estaduais, confirma a visão otimista do governo paulista sobre o setor e o tal do “pré-sal caipira”, como ficou apelidado esse potencial do biometano no estado.

O levantamento indica que a capacidade instalada de biometano em São Paulo é de 0,4 milhão de metros cúbicos por dia, mas o potencial produtivo chega a 6,4 milhões de milhões me metros cúbicos  diários – um crescimento de 16 vezes. Desse volume, 84% poderiam vir de resíduos da cana-de-açúcar, reforçando a vantagem competitiva do estado, enquanto os 16% restantes seriam gerados em aterros sanitários. 

Ainda segundo a Fiesp, essa produção seria suficiente para suprir aproximadamente 40% do consumo estadual de gás natural e 25% do consumo de diesel no transporte pesado. Por ter baixa pegada de carbono, o biometano é considerado peça-chave na estratégia de descarbonização paulista

Além dos ganhos ambientais, o avanço do biometano promete impacto econômico significativo, com potencial de criação de até 20 mil empregos diretos, indiretos e induzidos. Ainda segundo o governo estadual, a substituição do diesel pelo biometano pode reduzir 5,6 milhões de toneladas de CO₂ equivalente até 2050.

Apesar do potencial, o estudo da Fiesp e do governo paulista aponta desafios relevantes. Dentre eles, destaca-se a competitividade do biometano frente a outras fontes energéticas e as limitações da atual infraestrutura dutoviária. Medidas de incentivo que viabilizem investimentos em plantas de produção são consideradas essenciais para reduzir custos e ampliar a oferta.

A secretária paulista do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, destacou a importância do estudo para o planejamento estadual. Segundo ela, é necessário “entender os gargalos, onde podemos melhorar nossa infraestrutura” e desenvolver “políticas públicas robustas, aprimorando a regulamentação e o licenciamento ambiental, para que o investidor tenha segurança jurídica e previsibilidade para atuar em São Paulo”.

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