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25/04/2025

Diocese de Araçuaí, CRB e Cimi realizam ação missionária de solidariedade junto a povos e comunidades tradicionais

Objetivo da ação, realizada entre 13 e 20 de abril, foi ter uma presença de escuta e solidariedade junto aos povos do nordeste de Minas Gerais, especialmente indígenas e quilombolas

Entre 13 e 20 de abril, a diocese de Araçuaí, a CRB e o Cimi Regional Leste realizaram uma ação missionária de presença e solidariedade junto a povos e comunidades tradicionais do nordeste de Minas Gerais. Foto: Dom Geraldo dos Reis Maia

Por Dom Geraldo dos Reis Maia, bispo de Araçuaí

A Diocese de Araçuaí, que se localiza no Nordeste de Minas Gerais, recebeu religiosos e religiosas para uma ação missionária, no período da Semana Santa deste ano. A atividade foi promovida através da parceria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Leste com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Regional Minas Gerais e acolhida da Diocese de Araçuaí. O objetivo principal foi ter uma presença de escuta e solidariedade junto aos povos tradicionais da região: indígenas e quilombolas, principalmente.

Tendo chegado na noite de sábado, os/as missionários/as participaram da missa na manhã do Domingo de Ramos, com início às margens do Rio Araçuaí. Dalí, a procissão seguiu até à Igreja Catedral. No final da celebração, Dom Geraldo Maia, Bispo diocesano, fez o envio missionário, concedendo uma bênção especial às religiosas e religiosos. Após a missa, membros da comunidade acolheram, com alegria, os 16 missionários e missionárias que partiram para várias localidades dos municípios de Araçuaí, Coronel Murta e Berilo, onde visitaram famílias, participaram de celebrações e experimentaram um pouco a vida simples do povo.

Entre 13 e 20 de abril, a Diocese de Araçuaí, a CRB e o Cimi Regional Leste realizaram uma ação missionária de solidariedade junto a povos e comunidades tradicionais do nordeste de Minas Gerais. Foto: Dom Geraldo dos Reis Maia

Retornando a Araçuaí, não se poderia deixar de fazer uma visita ao Mercado Municipal, com sua feira que oferece os produtos da região: artesanatos, agricultura familiar, remédios caseiros, ervas, plantas, carne de sol, além de saborear um delicioso pastel de feira. Ali, em meio a tanta gente que fazia suas compras, várias pessoas reconheceram os/as missionários/as e agradeceram pela presença deles no Vale do Jequitinhonha, levando alegria e esperança a todos.

No período da manhã do sábado, ainda houve tempo para um encontro de partilha do que viram e ouviram, à luz do Evangelho segundo Lucas: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos humildes; assim é, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. […] ²³ E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que veem o que vós vedes. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram” (Lc 10,21.23-24).

O Sábado Santo também foi especial por coincidir com as comemorações do Dia dos Povos Indígenas. No período da tarde, houve um encontro importante no Centro Diocesano, com a presença de representantes indígenas da cidade de Araçuaí e região, representantes do CIMI, missionários e missionárias, sendo todos acolhidos/as por Dom Gerado Maia. Foi oportunidade para que os povos indígenas pudessem expressar suas angústias, seus anseios e suas esperanças. O missionário Bruno, SJ (CIMI) apresentou o tema proposto para a Semana dos Povos Indígenas 2025: “Povos indígenas e seus territórios – Esperança para o Bem Viver”. Dom Geraldo falou a importância de todas as etnias se unirem diante dos desafios que enfrentam em comum. Como gesto simbólico e profético, as lideranças indígenas plantaram uma muda de mirra no Centro Diocesano, demarcando aquele espaço como lugar de escuta, resistência e luta dos povos da região.

Os missionários e missionárias participaram da Solene Vigília Pascal, na Catedral de Araçuaí. Na manhã do Domingo de Páscoa, todos participaram também da missa presidida por Dom Geraldo, ocasião em que ele agradeceu pelo trabalho realizado pelos missionários e missionárias. Após o almoço de confraternização, foi feita a visita à aldeia Cinta Vermelha, dos povos Pataxó e Pankararu, no município de Araçuaí, onde se deu o mesmo processo de escuta e solidariedade às causas indígenas.

Essa ação missionária foi de muito enriquecimento para os povos tradicionais do Vale do Jequitinhonha, reafirmando o compromisso com suas culturas, ancestralidades e lutas por territórios e suas tradições. Uma vez mais, a Igreja se colocou na atitude de escuta, solidariedade e serviço diante das alegrias e esperanças, tristezas e angústias do povo mais sofrido e explorado do Vale do Jequitinhonha.

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