Isabela Baldin Nascimento Criciúma

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Enviar no WhatsApp Seguir Receba as principais notícias no WhatsApp Mosquito da febre amarela em SC acende alerta: ‘tem em todo o estado’Foto: Reprodução/ND Mais

O alerta inédito sobre a presença do mosquito transmissor da febre amarela silvestre em cinco cidades do Sul de Santa Catarina está exigindo a atenção das autoridades de saúde no estado. O descobrimento da espécie na região pode se tornar um fator de risco para a circulação do vírus, especialmente em municípios com áreas de mata preservada.

A revelação foi feita por meio de um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conduzido pela doutora em biologia celular Sabrina Fernandes Cardoso. Na pesquisa, ela detalha como o inseto está distribuído no estado e por que o cenário exige atenção não apenas dos profissionais da área da saúde, mas também da população.

Mosquito da febre amarela em SC: especialista afirma que espécie está em todo o estado

De acordo com a especialista, apesar de o Haemagogus leucocelaenus, vetor da febre amarela, ter sido encontrado nas cidades de Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Braço do Norte, São Martinho e Pedras Grandes, a presença dele não se restringe a esses municípios e deve ocorrer em outras regiões de Santa Catarina.

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“Eles têm em comum fragmentos de Mata Atlântica, que formam corredores ecológicos ligando um município ao outro. Assim como a gente encontrou nesses cinco municípios, com certeza vamos ter em outros também, porque esses mosquitos se deslocam por meio desses corredores ecológicos”, relatou Sabrina.

O estudo realizado foi o primeiro a apontar, de forma oficial, a presença do Haemagogus leucocelaenus em Santa Catarina. Outras pesquisas já indicavam a possibilidade da existência da espécie no estado, mas nenhuma havia comprovado isso até então.

Mosquito da febre amarela em SC: especialista afirma que espécie está em todo o estadoFoto: Reprodução/ND Mais

Doença transmitida pelo mosquito já matou oito pessoas em SC

A febre amarela apresenta dois ciclos distintos: o silvestre e o urbano. No caso do mosquito analisado no estudo, a transmissão ocorre no ambiente de mata.

“Quando o Haemagogus leucocelaenus age transmitindo a febre amarela, ele transmite a febre amarela silvestre”, explicou a doutora.

Esse tipo da doença foi responsável pela morte de oito pessoas em Santa Catarina entre 2019 e 2021, em um total de 27 casos confirmados, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.

“Ele transmite para os primatas não humanos, os macacos de qualquer espécie que estão dentro da mata. Quando o ser humano entra na mata, seja para lazer ou trabalho, ele pode ser picado e acabar se contaminando”, compartilhou Sabrina.

Doença transmitida pelo mosquito da febre amarela em SC já matou oito pessoas no estadoFoto: Alf Ribeiro/Shutterstock/Reprodução ND

Embora seja um mosquito típico de áreas naturais, a pesquisadora explica que ele pode se aproximar de regiões urbanas em situações específicas, como a falta de alimento, o que leva ao deslocamento do inseto.

“As nossas cidades de interior estão em borda de mata. Ele pode voar metros ou até quilômetros para fazer o repasto sanguíneo no humano que está em área urbana próxima à área silvestre”, comunicou.

Não há formas diretas de controlar a disseminação da espécie

Por viver no ambiente natural, não há formas diretas de controle do mosquito. O que pode ser feito é evitar a ocupação desordenada de áreas que fazem parte do habitat da espécie.

“Não tem como ir no meio do mato, fazer fumacê ou qualquer intervenção. É um ambiente próprio do mosquito. Quem está invadindo as áreas silvestres é o ser humano”, reforçou a especialista.

Não há formas diretas de controlar a disseminação do mosquito da febre amarela em SC Foto: Reprodução/Secretaria Estadual de Saúde/ND mais

“Os nossos municípios são infestados pelo Aedes aegypti”, aponta especialista

A febre amarela urbana não registra casos no Brasil desde 1942. A doença é viral e infecciosa, podendo evoluir rapidamente. Nesse ciclo, o principal transmissor é o mosquito

Apesar de não haver registros há mais de oito décadas, a pesquisadora alerta para o risco de reintrodução da febre amarela em áreas urbanas.

“Quando eu falo que é uma bomba-relógio, é porque o ser humano se contamina no ciclo silvestre e volta para a cidade doente”, apontou.

“Os nossos municípios são infestados pelo Aedes aegypti”, aponta especialistaFoto: Reprodução/Prefeitura de Brusque/ND

Segundo ela, o risco aumenta porque o Aedes aegypti está amplamente disseminado. Trata-se de uma espécie antropofílica, ou seja, que depende do ser humano, especialmente para a reprodução, que ocorre em criadouros artificiais com água parada.

“Os nossos municípios são infestados pelo Aedes aegypti. É só uma questão de tempo. No momento em que ocorrer essa transmissão no ambiente urbano, a gente está ferrado, porque a gente tem muitos deles”, reforçou.

Vacina é capaz de impedir a doença

Apesar do cenário de alerta, Sabrina Cardoso destaca que não há motivo para pânico, mas sim para informação e prevenção. Segundo ela, a principal medida é a vacinação, disponível gratuitamente no Brasil, capaz de impedir a reurbanização da doença.

“Não precisa a população se alarmar. A gente divulga o estudo porque ciência precisa chegar à população. O que eles podem fazer, no caso da febre amarela, é se vacinar. Nós temos uma vacina segura e gratuita pelo SUS. A pessoa vacinada não vai trazer o vírus do meio do mato para o centro urbano”, enfatizou a doutora.

Vacina é capaz de impedir a doença do mosquito da febre amarela em SC Foto: Kátia Farias/Reprodução/ND Mais

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