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Joaquim Barbosa: Meu herói é negão e usa toga preta

joaquim-barbosa A sensação que a maioria das pessoas tem quando se fala em Justiça em nosso país é o antagônico sentimento de impunidade. As estatísticas não mentem: a maioria absoluta da população carcerária do Brasil são de “pretos e pobres”. Só permanece na prisão quem não tem condições de pagar a um bom advogado ou raramente quem cometeu um crime de grande repercussão. Mas quando tudo parecia perdido e a credibilidade do judiciário já estava sepultada, surge um negro filho de pedreiro, estudante de colégio público para lavar a alma do “povão”, sim, meu herói é negão e usa uma toga preta! Joaquim Barbosa e sua figura emblemática, representa a encarnação de um justiceiro de capa preta, ele tem a cara cotidiana de um brasileiro comum, não nasceu em “berço de ouro” e viveu a realidade da maioria dos brasileiros humildes. Talvez por isso ele esteja conseguindo suprir uma carência no imaginário nacional: a de um homem que tem poder, rigor ético e a coragem de punir também aos “brancos e ricos”, corruptos e toda essa gente que não esta acostumada a ter que prestar conta de seus crimes a Justiça. Seus embates públicos com seus pares assumem a feição metafórica de uma luta entre classes sociais, de um confronto do bem contra o mal. O fato de ter sido alçado à mais alta Corte do país com, além de seus méritos, uma propalada cota de esforço pessoal do então presidente Lula, de olho na sua figura simbólica, e ao mesmo tempo ter se transformado, por força das circunstâncias, no grande algoz dos petistas corruptos, reforça sua imagem de vingador popular. O heróico Joaquim vai distribuindo condenações duras e frases de efeito, colecionando fãs e desafetos com um ar de eterno mau humor que gera, paradoxalmente, simpatia popular e sensação de que as falcatruas políticas podem um dia não terminar mais em “pizza”. Biografia: Joaquim Benedito Barbosa Gomes nasceu na cidade de Paracatu (Minas Gerais). Primogênito da família, ele é filho de um pedreiro com uma dona de casa, passou a ser arrimo de família quando os pais se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégios públicos. Formou-se em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado. Foi Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) (1979-84). Prestou concurso público para procurador da República, e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. Foi indicado Ministro do STF por Lula em 2003, como ministro do Supremo Tribunal Federal ele alcançou fama nacional, despertando ódio e paixões por todos os lados, sucesso também na na internet, seu rosto já virou até modelo de máscara para o Carnaval.

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