Em busca das raízes cristãs, a Páscoa é uma celebração milenar, que encontra sua origem nos tempos dos Hebreus. Eles a celebravam como uma data de renovação, comemorando a chegada dos cordeiros novos e a colheita de novos alimentos. Esse significado evoluiu, adquirindo uma conotação de libertação com a narrativa bíblica do Êxodo, onde os hebreus foram libertados da escravidão no Egito.
Na antiga tradição hebraica, o termo Páscoa (Pesach, em hebraico) significa “passagem”. O evento celebrado era a passagem de Deus pelas casas dos hebreus no Egito durante a décima praga, onde Ele poupou as casas marcadas com o sangue do cordeiro, episódio conhecido como “A Páscoa do Senhor”. Além disso, marcava também a “passagem” do povo hebreu da condição de escravidão para a liberdade. A refeição pascoal, cheia de simbolismos, servia para lembrar as novas gerações sobre a misericórdia de Deus e o milagre que possibilitou sua fuga do Egito.
A conexão entre a Páscoa judaica e a morte e ressurreição de Jesus é profundamente simbólica para os cristãos. Jesus, referido muitas vezes no Novo Testamento como o “Cordeiro de Deus”, é visto como o sacrifício final que liberta a humanidade do pecado. Assim como o sangue do cordeiro marcou as casas dos hebreus e os poupou da morte no Egito, o sangue de Jesus marca os corações dos fiéis, concedendo-lhes a promessa da vida eterna. Esta é uma das razões pelas quais a celebração da Páscoa é de suma importância para os cristãos ao redor do mundo.
Porém, a Páscoa ganhou uma dimensão ainda mais profunda com a narrativa cristã da morte e ressurreição de Jesus Cristo. O evento ocorreu durante a Páscoa judaica, e os cristãos passaram a celebrar este dia como um símbolo de nova vida, libertação e esperança. A data da Páscoa cristã é determinada como o primeiro domingo após a lua cheia que segue o equinócio de março, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.
Com o passar do tempo, o significado da Páscoa se expandiu, absorvendo elementos de tradições pagãs e adquirindo uma dimensão mais secular. O coelho da Páscoa e os ovos de chocolate, que hoje são associados à celebração, são exemplos desta influência.
O coelho, conhecido por sua notória capacidade de reprodução, foi considerado um símbolo de nova vida em várias culturas antigas. De maneira similar, os ovos – naturais ou feitos de chocolate – são vistos como um símbolo de renascimento e renovação. Ambos os símbolos, apesar de se alinharem ao tema de ‘nova vida’ da Páscoa, não têm uma conexão direta com a narrativa cristã da ressurreição de Jesus.
Então, enquanto os cristãos celebram a Páscoa como uma lembrança da ressurreição de Jesus e sua promessa de vida eterna, muitos também apreciam as tradições seculares que se tornaram associadas à data. No entanto, é essencial lembrar que esses elementos culturais, embora populares, são complementos à celebração e não seu núcleo. A Páscoa, para os cristãos, é antes de tudo, um tempo de renovação da fé e reflexão sobre a promessa de vida nova em Cristo.