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10 curiosidades sobre a Coreia do Norte

A Coreia do Norte, oficialmente conhecida como República Democrática Popular da Coreia, é um país do leste asiático que ocupa mais da metade do norte da Península da Coreia. Faz fronteira ao norte com a China e pela pequena extensão da fronteira nordeste com a Rússia, sendo o restante da fronteira sul delimitada pela Coreia do Sul. Além disso, possui uma ampla costa que se estende do Mar do Japão ao Mar Amarelo.

Pyongyang, a capital e maior cidade do país, é um centro importante tanto político quanto econômico para a Coreia do Norte, abrigando diversos marcos arquitetônicos e culturais. Um dos mais notáveis é o Arco do Triunfo, que foi construído para comemorar a resistência da Coreia contra o Japão de 1925 a 1945. A cidade é também a sede do Palácio Memorial de Kumsusan, onde os corpos embalsamados dos ex-líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il estão em exibição.

A Coreia do Norte é unipartidária, governada com mão de ferro pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia, sob a liderança de uma série de líderes autoritários. Kim Jong-un, o atual líder, sucedeu seu pai, Kim Jong-il, após sua morte em 2011. O governo norte-coreano segue a ideologia juche, um princípio político desenvolvido pelo ex-líder Kim Il-sung que se baseia no conceito de autossuficiência.

Adotada em 1972, a ideologia juche é o fundamento do regime totalitário do país, e influencia não apenas a política, mas também a vida e a cultura dos habitantes norte-coreanos. Sob esse regime, os norte-coreanos têm seu modo de vida estritamente controlado pelo Estado, desde a alimentação e vestimenta até o consumo de mídia.

Apesar de sua realidade autoritária e altamente restritiva, a nomenclatura oficial do país é uma contradição: República Democrática Popular da Coreia. Esse título paradoxal reflete a retórica do governo de proclamar uma “democracia popular”, apesar da realidade ser de uma ditadura de partido único com pouca ou nenhuma liberdade política.

Em termos de economia, a Coreia do Norte é notavelmente isolacionista, optando pela autossuficiência em detrimento do comércio global. Ainda assim, o país enfrenta desafios econômicos significativos, incluindo falta de alimentos e infraestrutura insuficiente. Além disso, é um dos países mais militarizados do mundo, com um dos maiores exércitos em número de pessoal e a posse de armas nucleares, um assunto que tem gerado preocupação global.

Confira 10 curiosidades sobre Coreia do Norte:

1. Marcação de anos diferente

Na Coreia do Norte, os anos são contados após o nascimento de Kim II-sung

A Coreia do Norte possui, uma maneira única de contar os anos. Eles se baseiam no Juche, um calendário criado pelo ex-líder Kim Il-sung, que é contado a partir de seu ano de nascimento em 1912. Essa decisão, além de ser uma expressão de soberania e resistência à influência estrangeira, é uma clara demonstração de como Kim Il-sung e a ideologia Juche são centrais para a identidade da Coreia do Norte. Assim, o ano Juche é calculado adicionando 1912 ao ano gregoriano atual.

Considerando que o presente ano, de acordo com o calendário gregoriano (calendário cristão), é 2023, de acordo com o calendário Juche, a Coreia do Norte está no ano 111. Isso mostra o quanto a história e a política da Coreia do Norte estão entrelaçadas com a vida e a liderança de Kim Il-sung.

Mesmo após sua morte em 8 de julho de 1994, a influência de Kim Il-sung é mantida impositivamente na sociedade norte-coreana. Ele continua sendo referido como “Presidente Eterno” e sua imagem e filosofia ainda dominam vários aspectos da vida no país.

2. Rádio do governo nunca pode ser desligado

Em todas as empresas e casas norte-coreanas há um rádio que é controlado pelo governo

Em todas as empresas e casas da Coréia do Norte há um rádio que é controlado pelo governo.

Os norte-coreanos não podem nunca desligar o rádio, somente diminuir o volume.

Este sistema foi instalado para garantir que o governo possa transmitir mensagens diretamente para a população. As transmissões podem variar de informações propagandísticas e música patriótica a mensagens de emergência. Este controle de comunicação é uma parte importante da forma como o regime norte-coreano mantém a ordem e promove sua ideologia entre a população.

Além disso, a programação de TV e rádio na Coreia do Norte é fortemente censurada e controlada pelo governo. Os norte-coreanos não têm acesso à internet como conhecemos e não podem sintonizar estações de rádio ou TV estrangeiras. A mídia estrangeira é considerada uma influência “corruptora” e seu consumo é ilegal.

Essas restrições à mídia e a comunicação são um exemplo das muitas maneiras pelas quais o governo da Coreia do Norte controla e influencia a vida cotidiana de seus cidadãos, promovendo uma visão unificada e estreita do mundo que está alinhada com os princípios do regime.

3. Todos os dias são para o trabalho

Os norte-coreanos trabalham seis dias por semana e fazem trabalho voluntário no dia de folga

Os adultos norte-coreanos possuem uma rotina de trabalho de seis dias por semana. No dia que sobra eles são obrigados a fazer trabalho voluntário. Isso faz com que não haja um dia livre para o descanso.

Ainda assim, pesquisadores norte-coreanos divulgaram uma pesquisa tendenciosa em que a Coreia do Norte está em segundo lugar no quesito país mais feliz do mundo, ficando atrás somente da China.

Essas pesquisas são geralmente vistas como outra ferramenta do governo norte-coreano para promover a imagem de uma sociedade unida e feliz.

 

4. Eleição com apenas um candidato

Nas eleições na Coreia do Norte só há o nome de um candidato nas cédulas de papel

As eleições na Coreia do Norte acontecem a cada cinco anos. Entretanto, só há o nome de um candidato para ser assinalado nas cédulas de papel.

Além disso, a votação na Coreia do Norte é tecnicamente obrigatória. O comparecimento é frequentemente relatado como sendo de 100%, e o voto unânime para o candidato do partido governante é visto como um indicativo de unidade nacional e apoio ao regime.

A ausência no dia da votação é vista como um ato de deslealdade ao regime e pode resultar em punição.

5. Idolatria aos chefes de Estado

A idolatria dos norte-coreanos por seus líderes é bastante grande

Os norte-coreanos idolatram os líderes da nação. Essa idolatria é tão grande que em caso de incêndio ou qualquer outra ocorrência, eles se preocupam em socorrer primeiro os retratos dos ditadores.

Há até mesmo bunkers, que são abrigos subterrâneos, para guardar estátuas e quadros no caso de uma guerra.

Estes fatos ilustram a extensão do controle ideológico que o regime norte-coreano exerce sobre seus cidadãos, bem como o profundo culto à personalidade dos líderes que é incutido na população desde cedo.

6. Exigência musical para professores

Na década de 1990, todos os professores norte-coreanos deveriam saber tocar acordeon

Na década de 1990, era uma exigência do governo norte-coreano que todos os professores soubessem tocar acordeon. Assim, para ser aprovado na seleção e ter a certificação de professor só mesmo sabendo tocar o instrumento.

O acordeon, conhecido localmente como “piano do povo”, é um instrumento popular na Coreia do Norte devido à sua portabilidade e versatilidade.

O governo valoriza este instrumento pelo seu uso potencial na disseminação de música e cultura populares, especialmente músicas que promovem a ideologia do Estado e louvam os líderes da nação.

7. Potência nuclear e militar

A Coreia do Norte possui o maior exército do mundo

Curiosamente, a Coreia do Norte possui o maior exército do mundo. Ao todo são cerca de 7,7 milhões de militares, incluindo mulheres. Isso representa cerca de 30% da população.Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos há cerca de 1,5 milhões de militares para os 300 milhões de habitantes.

A Coreia do Norte também possui quantidade suficiente de plutônio para construir armas nucleares.

Essas armas são um elemento central na estratégia de defesa e diplomacia da Coreia do Norte. O país testou suas armas nucleares em várias ocasiões, causando tensões internacionais e levando à imposição de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Importante ressaltar que, enquanto o serviço militar é obrigatório para todos os homens na Coreia do Norte, as mulheres também são fortemente incentivadas a servir.

A inclusão de mulheres nas forças armadas é uma característica distintiva do exército norte-coreano, o que contribui para seu tamanho impressionante.

8. Restrição no uso da Internet

Apenas 600 pessoas possuem autorização para usar a internet na Coréia do Norte

Na Coreia do Norte, o controle estrito sobre a informação é mantido pelo governo, resultando em restrições severas ao acesso à Internet. Conforme dados até o final de 2021, estima-se que apenas cerca de 600 pessoas, principalmente autoridades do governo e indivíduos autorizados, têm acesso à Internet global. Esta é uma fração minúscula da população do país, que é de cerca de 25 milhões de pessoas.

Comparativamente, no Brasil, um país com população estimada em mais de 210 milhões de pessoas, o uso da Internet é muito mais difundido. Dados da pesquisa TIC Domicílios 2019, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), indicam que 71% dos brasileiros, ou cerca de 149,3 milhões de pessoas, são usuários da Internet.

Em relação ao número de hosts de Internet, na Coreia do Norte, existem apenas alguns registrados, devido ao controle extremo do governo sobre a infraestrutura de Internet. Enquanto isso, no Brasil, de acordo com o Internet Live Stats, havia mais de 4 milhões de hosts de Internet registrados.

9. Poucos canais de televisão

Os norte-coreanos tem acesso a somente três canais de TV

O controle estatal sobre a mídia na Coreia do Norte é estrito e abrangente, com a programação de televisão não sendo exceção. Existem apenas três canais de televisão principais disponíveis para o público em geral na Coreia do Norte:

  1. Korean Central Television (KCTV): Este é o principal canal de televisão, transmitindo notícias, documentários, programas de propaganda e entretenimento aprovado pelo governo. Ele normalmente começa a transmitir à tarde e continua até tarde da noite.
  2. Mansudae Television: Este canal de televisão é voltado principalmente para a promoção da cultura e das artes. Ele geralmente transmite apenas nos fins de semana.
  3. Ryongnamsan Television (anteriormente conhecido como Educational Television): Este canal transmite conteúdo educacional, incluindo programas de aprendizado de idiomas e cursos a distância para estudantes universitários. Assim como a Mansudae, este canal também costuma transmitir apenas nos fins de semana.

10. Maconha é legalizada

Na Coréia do Norte, o porte, consumo e comercialização da maconha são liberados

Apesar de ter muitas restrições aos habitantes, a relatos de que Coreia do Norte seria liberal no que diz respeito ao porte, consumo e comercialização da maconha.

Algumas fontes alegam que a cannabis cresce naturalmente no país e pode ser comprada e vendida em mercados, enquanto outras sugerem que o que é frequentemente referido como “cannabis” na Coreia do Norte pode na verdade ser uma planta diferente, chamada de “ipdambae”, que é usada como substituto do tabaco e não contém THC, o composto psicoativo encontrado na cannabis.

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