Coronavírus: muito além dos pulmões
No fim de março de 2020, a pneumologista Elnara Negri, do Hospital Sírio-Libanês e da Universidade de São Paulo (USP), notou um fenômeno tão curioso quanto preocupante em uma de suas primeiras pacientes com Covid-19. “Ela voltou para o hospital depois da alta porque sua oxigenação começou a piorar rapidamente. Logo depois que nós a entubamos, seu dedão ficou roxo, como se um coágulo estivesse bloqueando a chegada de sangue até ele”, relata.
A complicação após inserir um tubo na garganta da mulher para fornecer oxigênio lembrava algo que Elnara só via com frequência no início dos seus 30 anos de experiência em UTIs — onde hoje vão parar entre 5 e 12% dos infectados pelo coronavírus. “Naquela época, o aparelho disponível liberava bolhas de ar na circulação que causavam tromboses em regiões periféricas”, recorda a médica. A tecnologia, no entanto, evoluiu, e o risco de isso ocorrer declinou.
A estratégia para reverter situaç
Como fazer