O ponto de encontro da dor

As duas levavam seus filhos para a igreja. Robson, magrelo e com olhos puxados que quase se fechavam quando sorria, não gostava; André, ajoelhava e rezava. Também eram diferentes nos estudos: Robson não conseguia se concentrar na Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso — o chamado da rua era irresistível. Quando começou a trabalhar com o pai, aos 15 anos, já havia abandonado o colégio. Mal sabia ler e escrever. André era aluno aplicado do Círculo Operário, onde uma professora o chamava de André Nota Dez. Quando entrou para a polícia, um colega o apelidou de Einstein porque ele gostava de ler nas folgas. Em seu início no Bope, antes de o corpo franzino ganhar músculos, alguns o chamavam de Zeca Pagodinho, pela semelhança física com o cantor no início da carreira e pelo fato de os dois serem de Xerém. No 3º período da faculdade de arquitetura, recebeu um desafio: construir uma ponte de macarrão que suportasse 25 quilos.
— Graças a ele,