As indulgências – Observador
O governo de António Costa, socialista e laico, tem replicado, imagino que piamente, comportamentos legitimados pela igreja católica de há séculos e contra os quais Martinho Lutero se insurgiu ao ponto de ser excomungado. Refiro-me às indulgências, essas que redimiam os pecadores, vivos ou mortos, do seu pecado, isentando-os de uma eternidade de suplícios.
Viram-se, inicialmente, estas indulgências com remissão total ou parcial dos pecados, recair sobre os soldados que combatessem os sarracenos e depois sobre os peregrinos de Jerusalém ou de Roma. Mais tarde, mediante contribuições para a construção e manutenção de catedrais. Ou como fez o quinhentista arcebisbo de Mongúcia, Alberto de Brandeburgo: endividado até aos cabelos com os Fugger de Ausburgo, os banqueiros seus credores que lhe haviam emprestado o dinheiro com que obtivera de Roma os seus cargos, vendeu indulgências que garantiam a morte em estado de graça para pagar a sua dívida.
Se a jurisdição ecle
Como fazer