Sob o reino das “otoridades”
Charles Alcantara*
O Brasil é o paraíso das “otoridades”. Gentes que se servem do Estado, ao mesmo tempo que o maldizem e o esculacham.
São essas gentes que querem “reformar” o Estado para torná-lo ainda mais “seu” e menos ainda do público.
Não é outra a pretensão da PEC 32/2020, que tem tudo a ver com apropriação privada do aparelho estatal, pelas elites econômicas e políticas, e nada a ver com reforma administrativa.
Em 2012, o servidor do Ibama, José Augusto Morelli, autuou e multou em R$ 10 mil o então deputado federal Jair Bolsonaro, por pesca ilegal, multa, aliás, cancelada pelo Ibama. Em março de 2019, quando o país já se encontrava sob a presidência do ex-autuado, o servidor autuante foi exonerado do cargo de Chefe do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental.
Em julho de 2020, em plena pandemia, uma dessas “otoridades”, o desembargador Eduardo Siqueira, caminhava na orla de Santos (SP)