O médico Nicolas* é um dos tantos profissionais de saúde que formam a linha de frente da batalha contra a Covid-19 em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Em setembro, durante um atendimento, ele foi chamado de “petista”. O motivo: se negou a receitar ivermectina a um paciente que desejava usar o medicamento como forma de prevenção ao coronavírus. “Por mais que eu dissesse que não tinha evidência científica, que eram o isolamento e o uso de máscara e de álcool gel que realmente faziam a diferença, a pessoa não queria ouvir, queria o remédio de qualquer jeito”, narra o médico. “Aí ele me disse: ‘você é petista, você é contra o Bolsonaro’. Isso porque eu nem tenho partido político.”
Nicolas – que pediu para não ter seu nome revelado por temer represálias – atribui o episódio à politização em torno do tratamento medicamentoso da Covid-19. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirme que até o momento a ciência não encontrou um f�