Pouco mais de 30 anos atrás, quando estava às vésperas de completar 31 e dirigia a redação da Folha há quatro, Otavio Frias Filho concordou em dar uma longa entrevista para Playboy. Foi uma das mais ricas experiências da minha vida profissional. O pingue-pongue se desdobrou em três demoradas sessões, em um total de dez horas de conversas gravadas.
Depois de tanto tempo, assim que soube de sua morte, fui reler. O objetivo da entrevista era, evidentemente, expor o trabalho que ele já vinha realizando à frente da Folha, que sob seu comando havia se transformado do maior, mais importante e mais influente jornal brasileiro.
Marca registrada das antigas entrevistas de Playboy, foi uma chamada “conversa franca”, em que ele discorreu, sem eufemismos, sobre as linhas que norteavam o projeto que ajudou a criar para a Folha, os bastidores do dia-a-dia da redação e o que pensava sobre jornalismo, além de, aqui e ali, fazer revelações pessoais.
Selecionei trechos de algumas passa