Entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, ao menos 564 pessoas foram mortas e 110 ficaram feridas por armas de fogo no estado de São Paulo, conforme dados contidos em pesquisa da UERJ de 2008, no episódio que ficou conhecido como “Crimes de Maio”.
Passados 15 anos, diversos estudos que contaram, inclusive, com análise pericial dos corpos, chegaram à mesma conclusão: sob a justificativa de “repressão ao crime” praticado por uma facção criminosa, houve uma onda de violência estatal contra pessoas negras, jovens e periféricas que morreram por ação direta da polícia (nos chamados “autos de resistência”) e em razão da atuação de grupos de extermínio, com indício de participação de policiais e ex-policiais (as chamadas chacinas ou execuções sumárias).
Qualquer semelhança dessa narrativa com a da chacina do Jacarezinho não é mera coincidência. Ao contrário, apenas demonstra como a violência de Estado no Brasil é estrutural e fruto de um sistema profundame