A estreia da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado sobre o enfrentamento da Covid-19 demonstra que até para se defender de investigação o presidente Jair Bolsonaro, amador e despreparado, só conhece estratagemas truculentos e manobras evasivas.
Foi um passeio o testemunho do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, médico derrubado por Bolsonaro após três meses de tentativas de imprimir alguma racionalidade à ação do Planalto.
O ponto alto da sessão, em que não faltaram senadores a se pavonear retoricamente, foi a carta que Mandetta sacou para comprometer o chefe do Executivo.
A correspondência enviada em 28 de março de 2020 —um mês após o primeiro caso brasileiro, 11 dias depois da primeira morte registrada e 19 dias antes da demissão do ministro— lista informações de gravidade crescente sobre a pandemia e as providências da pasta.
Só o último parágrafo crava o espinho no coração da imputabilidade presidencial: “Recomendamos, expressamente, que