O conjunto de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, tem o tamanho de uma cidade média, com 139 mil habitantes espalhados em 16 comunidades. Historicamente, a região tem sido vista pelos governos e por parte da população apenas como um local perigoso, onde o que se sobressai é a atuação de integrantes de redes ilícitas e criminosas envolvidas em confrontos armados entre si e com agentes da segurança pública.
O resultado dessa visão distorcida é que, na Maré, como em outras periferias brasileiras, os moradores sempre precisaram lutar em defesa da própria vida. Foram muitas conquistas, como, por exemplo, uma ação civil pública em que a Redes da Maré, uma instituição da sociedade civil, articulou junto com a Defensoria Pública do Rio e outras organizações locais para que, durante as incursões policiais na região, não houvesse invasão de casas, a não ser com mandados judiciais; fossem disponibilizadas ambulâncias para eventuais feridos; e policiais estivessem id