Quando estudava produção de música eletrônica numa faculdade na Mooca, Rafaela Andrade cansou de ouvir de colegas e professores que era necessário investir em equipamentos caros para criar música de qualidade. Para a menina de Itaquera, bairro da zona leste paulistana, com poucos recursos, era uma conversa desanimadora. "Eles falando de MacBook e eu com um fone de ouvido velho, da 25 de Março, todo remendado na fita isolante, emprestado de um amigo", afirma.
Essa percepção foi mudando à medida que comparava suas músicas com as de colegas com acesso a equipamentos sofisticados. "Eu vi que dinheiro não compra talento. As músicas deles eram muito ruins."
Em meados da década passada, já assinando como Badsista, Andrade começou a chamar a atenção no cenário musical paulistano ao criar conexões entre música eletrônica, funk e reggae. Em 2017, produziu o álbum de estreia de Linn da Quebrada —"Pajubá"— e, no ano passado, o EP "Corpo sem Juízo", de Jup do Bairro, duas artista