Em 24 de outubro de 1986, Décio Pignatari assinava na Ilustrada o artigo “Roda República”. O poeta havia visto pela primeira vez um capítulo do “novo furor tele-ideológico da Terra dos Papagaios”. Ele se referia à novela “Roda de Fogo”, escrita por Lauro César Muniz e Marcílio Moraes, que estreara dois meses antes na Globo.
Nasci um ano depois, em agosto de 1987, e na casa de meus avós as novelas eram obrigatórias do fim da tarde à hora de dormir. Foi com eles que me tornei uma noveleira. Na pandemia, sem novelas inéditas e com reprises insossas, noveleiros nos voltamos ao catálogo do Globoplay.
Desde abril está lá “Roda de Fogo”, que tem despertado o interesse dos mais jovens, que assistem a ela pela primeira vez, e daqueles que, agora, ganham uma oportunidade melhor para a rever do que a de 1990, quando seus 179 capítulos foram retalhados em pouco mais de um mês de Vale a Pena Ver de Novo, na época da Copa do Mundo de futebol.
Ao dar o play, já se nota