Se a geração millennial atualizasse Carlos Drummond de Andrade, seu famoso poema provavelmente se transformaria em “João cancelava Teresa, que cancelava Raimundo, que cancelava Maria, que cancelava Joaquim, que cancelava Lili, que não tinha Twitter nem Instagram e, por isso, não cancelava ninguém”.
Pode parecer estranho, mas a palavra “cancelar”, em geral associada a compromissos ou serviços, passou a ser usada na internet também para pessoas. Com isso, qualquer um pode ser cancelado —e, dessa forma, sofrer um boicote depois de ser condenado pelo tribunal das redes sociais. O motivo? Qualquer coisa que seja considerada uma pisada na bola.
O fenômeno tem sido tão comum que alguns acreditam que estejamos vivendo uma chamada cultura do cancelamento, conceito eleito pelo dicionário australiano Macquarie como o termo de 2019.
No Brasil, nomes como Fernanda Gentil, Paulo Gustavo, Anitta, Carlinhos Maia, MC Gui e Silvio Santos já foram cancelados. Lá fora, Ellen Degeneres,