É sempre gratificante quando acompanhamos um criador em seu apogeu artístico. Em cinema, essa arte tão cara e tão frágil, por vezes isso também acontece.
"O Paraíso Deve Ser Aqui", quarto longa-metragem de Elia Suleiman, é provavelmente sua obra mais acabada, aquela em que sua poética se mostra com maior evidência.
Autor-personagem, Suleiman interpreta a si próprio, como sempre. Um cineasta palestino vai a Paris e a Nova York debater seu cinema e tentar algum financiamento nesses países de filmografias fortes.
Em "Crônica de um Desaparecimento" (1996), "O Que Resta do Tempo" (2009) e, principalmente, "Intervenção Divina" (2002), seus outros longas, a questão é entender a Palestina, esse não lugar, em relação com Israel.
Em "Intervenção Divina", seu filme mais celebrado até aqui, um balão com o rosto de Yasser Arafat (1929-2004), ex-líder da Organização para a Libertação da Palestina, sobrevoa os postos militares israelenses e é como se conquistasse definitivamente Nazar