Além do cancelamento de um edital de projetos para a TV, o ex-secretário especial de Cultura diz que enfrentou outros conflitos com Osmar Terra, ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro, por motivos políticos e ideológicos.
Os casos incluem uma premiação ao músico Chico Buarque e uma obra com personagens transexuais na Bienal de Veneza.
Henrique Pires, que deixou o cargo na quarta-feira (21), afirma à Folha que correu o risco de ser demitido em maio, quando Chico Buarque foi anunciado como vencedor do Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa.
"Ele [Terra] ficou furioso, porque eu tinha escolhido os representantes brasileiros do júri", diz, em referência aos escritores Antonio Cícero e Antônio Hohlfeldt. "O candidato deles não era o Chico, mas os outros quatro jurados chegaram com o nome dele, e eles seriam derrotados."
O músico é um crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição do ano passad