O espetáculo de Nelson Baskerville adota, nas primeiras cenas, uma inflexão farsesca que acaba levando o espectador a resistir, desnecessariamente.
A protagonista de "Uísque & Vergonha", Charlotiê, mais parece então uma caricatura de comportamento adolescente masculino, um arremedo dos personagens e temas de Mário Bortolotto. Avançando por outros papéis, a peça se estende nisso além do tolerável.
Mas aos poucos, enfim, a gravidade do que está sendo tratado se liberta. Perde o afã juvenil de aparentar isso ou aquilo. E faz o público mais distante se identificar com as pequenas e grandes tragédias da jovem paulistana, em meio a opressão familiar, amor e desespero.
Percebe-se então a qualidade que tantos viram desde logo na escritora Juliana Frank, por trás de suas próprias, por assim dizer, escandalosas performances públicas.
Não que a peça tenha sido escrita por ela, propriamente. Michelle Ferreira, autora de alguns dos melhores textos para o teatro paulistano na ú