Em seus dias de glória, de meados dos 1950 até o início dos anos 1970, o Jornal do Brasil foi o matutino mais importante do país, seguido à distância pelo Estadão. Nessa época, o Globo recendia a vespertino, e a Folha não tinha feito as reformas editoriais que a projetariam nacionalmente.
Tal relevância tornou conhecida a história do JB, o que talvez tenha sido um dos grandes desafios de Cezar Motta ao escrever "Até a Última Página", cujo lançamento coincide com a volta do jornal às bancas, após quase oito anos.
Se a ausência de grandes novidades não diminui o interesse pela narrativa, o mérito é do autor, que soube intercalar perfis sucintos e reveladores dos protagonistas com passagens contextualizadas sobre imprensa e política.
O diário nasceu na oposição, monarquista convicto na República ainda embrionária de 1891. Nas décadas seguintes perdeu prestígio e ganhou dinheiro, transformando-se num jornal de classificados.
A trajetória que interessa a Motta