Na casa de Perseu e Zilah Abramo, jantava-se duas vezes. Na primeira, cedo, a mãe comia com os filhos. Na segunda, às 21h ou 22h, quando Perseu chegava da Redação, os filhos acompanhavam o pai.
“Ele punha numa frigideira tudo junto para esquentar, punha azeite de oliva, estourava um ovo e chamava de comidinha”, lembra Helena Abramo. Todos bicavam daquela refeição enquanto conversavam.
E era uma casa na qual se conversava muito. “Eles não tinham essa coisa de que certos assuntos não se falam com criança”, conta ela, que tinha 11 anos em 1970, quando o pai foi trabalhar na Folha. Era a terceira na escadinha: Laís e Mario a precediam; depois dela, vinham Beatriz e Marta, esta um bebê à época.
Perseu chegou ao jornal levado por Cláudio Abramo, seu tio e então secretário-geral de Redação, que uma década antes já havia lhe delegado a reformulação da reportagem de O Estado de S. Paulo.
Alexandre Gambirasio foi um dos contratados naquela ocasião. Perseu, conta ele, �