Por que a professora usa tanta roupa vermelha, por que evento sobre gênero, por que não usar cartilha de alfabetização, por que mostrar só um lado da escravidão, por que chamar muçulmano para falar sobre tolerância religiosa?
Todas essas indagações foram feitas recentemente a dirigentes de escolas católicas tradicionais de São Paulo, no momento em que o país vive um debate acirrado em torno da abordagem de gênero e política na sala de aula.
A chamada “guerra cultural” empreendida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) atinge toda a educação, mas de forma particular as instituições católicas, que enfrentam um mercado cada vez mais competitivo e o que alguns especialistas veem como uma crise de identidade.
“A escola católica tem uma grande contradição”, diz o educador Manoel Alves, que estuda o tema há mais de três décadas. “Há pais os que querem dela tolerância e pluralismo e os que esperam um alinhamento maior aos princípios doutrinários