O sol de primavera arde em um céu quase sem nuvens. Mas, sob a sombra de jequitibás, gameleiras, sapucauias e outras espécies da mata atlântica, o clima é fresco para os cacaueiros do assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga, cidade do sul da Bahia a 360 km de Salvador.
Com cestos de vime nas costas, os agricultores partem para a colheita do cacau, que será quebrado, debulhado, fermentado e secado em estufas. Uma parte seguirá para fábricas de chocolates finos, outra será processada dentro da própria fazenda.
Com 40 famílias, o assentamento ilustra o sucesso de um modelo que ganha espaço no sul da Bahia: a produção de cacau orgânico e agroecológico.
Com o apoio de uma rede colaborativa que atua no financiamento, na assistência técnica e na comercialização, a produção de cacau por agricultores familiares deslanchou nos últimos cinco anos.
O cultivo segue a técnica cabruca, na qual as árvores são plantadas aproveitando o sombreamento da mata nativa, e práticas