Então é isso: a eleição presidencial antecipou a escolha da Palavra do Ano aqui na coluna. Por que esperar dezembro se o termo mais marcante de 2018 já é, por aclamação, "ódio"? Esse mesmo, leitor, que você sente agora por todos aqueles que sentem o mesmo por você.
Calma. Antes de odiar o colunista, saiba que isso não é uma acusação de cumplicidade pessoal com a cultura do ódio, mas uma singela constatação. Uma das características desse sentimento é sua fertilidade: responder a ele com mais ódio pode ser, muitas vezes, a única postura cabível, mas ainda é odiar.
Não se trata de relativismo. É fundamental —cada vez mais— separar os tipos de ódio de acordo com seu objeto. Desejar o mal de ditadores sanguinários é bem diferente, do ponto de vista moral, de desejar o mal de pessoas cujo único "pecado" é serem distintas de você na cor da pele, na vida sexual ou na orientação política.
Mesmo assim, como o ódio tem certas dinâmicas que independem de seu conte