Eu realmente gostaria de evitar que esta coluna se transformasse num espaço monotemático de autoflagelação, choro e ranger de dentes, mas o mundo real não deixa.
As imagens aterradoras (e bota “terra” nisso; me desculpem pelo trocadilho infame e amargo) da tempestade de poeira engolindo Franca (SP) na semana passada me fizeram ter vergonha de ter nascido e crescido no interior paulista.
Trata-se de uma emoção inaudita, ao menos no meu caso. Passei uma década e meia na capital, mas fiz questão de voltar para cá assim que pude. Quis criar meus filhos em solo caipira. E sempre estufei o peito, cheio de orgulho, ao dizer que era do interior de São Paulo.
É da natureza humana amar o que os poetastros chamavam de “torrão materno”, mas eu costumava achar que meu amor por este chão era bastante justificável.
Eu amava o fato de termos construído uma semelhança de sociedade do conhecimento nesta terra roxa, com algumas das maiores universidades do Brasil e da América Latina